2018

18, 19 e 20 Abril

DOCOMOMO

Este acrónimo corresponde a uma organização internacional criada em 1990, cuja denominação completa é “Documentation and Conservation of buildings, sites and neighbourhoods of the Modern Movement”. Procura inventariar, divulgar e proteger o património arquitetónico do Movimento Moderno. O leque cronológico do referido movimento é o período entre 1925 e 1965. Entre os seus objetivos está o intercâmbio de experiências e ideias sobre arquitetura e design urbano do Movimento Moderno, como também a sua documentação e conservação. O acompanhamento da proteção deste património arquitetónico e a realização de uma pedagogia para que a arquitetura do Movimento Moderno seja valorizada tanto pelas Instituições quanto pelo público em geral. Uma ferramenta fundamental é o registro internacional de edifícios relevantes do Movimento Moderno, a fim de facilitar a sua documentação e conservação. Essas considerações têm ainda como finalidade que o legado Moderno seja totalmente estimado como “Património” que vale a pena conservar e difundir. Entre as suas atividades podemos salientar a organização de seminários internacionais bienais e a produção de publicações como Do.Co.Mo.Mo. Jornal. Arquitetos, historiadores de arte, engenheiros, sociólogos, conservadores, pedagogos, etc., a partir das suas perspectivas teóricas e metodológicas específicas, fazem parte da organização, que colabora com diferentes administrações e organizações, como o ICOMOS. Do.Co.Mo. tem a ambição de ser uma topografia mais do que   uma história. Isto é, em vez de reconstruir um fio linear que permita explicar por razões de causa e efeito as produções consideradas, remetendo-as na forma de árvores genealógicas a figuras mestras, num estudo topográfico prevalecem as estratégias de disseminação territorial, filtração e contaminação, ao tempo que  aceita entradas e leituras múltiplas. O Do.Co.Mo.Mo. Iberian é uma seção cujo âmbito insere Espanha e Portugal e organiza Seminários Bienais  como também a publicação do registro Do.Co.Mo.Mo. Ibérico.

Por que um congresso na Extremadura?

A complexa realidade geográfica e cronológica da modernidade arquitetónica em Espanha tem vindo a ser revista desde a década de 1970 através de estudos, monografias, inventários, teses de doutoramento, guias, etc. No entanto, é nos últimos anos quando se estão a desenvolver projetos de investigação que afetam os aspectos territoriais, o urbanismo e a arquitetura quer doméstica quer de equipamentos públicos e industriais, relacionados com Extremadura.

Por  isso, a arquitetura do Movimento Moderno das suas cidades (com arquitetos que contribuíram com obras com personalidade como Francisco Vaca, Rodolfo Martínez, os irmãos Morcillo, Ángel Pérez, Francisco Calvo Traspaderne, Luis Gutiérrez Soto ou López Montenegro) e as suas Cidades de Colonização (com projetos de Fernández del Amo, Alejandro de la Sota, José Antonio Corrales, Carlos Arniches, Rafael Leoz e outros), está a tornar-se conhecida uma circunstância chave para a nossa região.

Por outro lado, em Portugal, alguns dos seus arquitetos mais significativos para a consolidação de uma modernidade enraizada em importantes batalhas contra a situação estabelecida (de Honório Viana de Lima a Keil do Amaral, Carlos Ramos, Alberto Pessoa, Nuno Teotónio Pereira e outros) ou o próprio Fernando Távora, precursor e pai espiritual da consagrada e conhecida Escola do Porto, são autores de uma obra praticamente desconhecida no nosso país.

No entanto, atualmente somos testemunhos da dificuldade em transmitir a importância desta arquitetura à sociedade, que corre o risco de ser distorcida se não trabalharmos de forma decisiva para a valorizar. Uma arquitetura de qualidade, muitas vezes de assinatura reconhecida, comparável em termos de igualdade à desenvolvida em outras regiões espanholas e europeias. Arquitetura cujo valor essencial consiste em ser um reflexo fiel de um momento de transformações fulcrais na sociedade extremenha, da sua irrupção na modernidade. Arquitetura profundamente enraizada nas nossas paisagens e na nossa memória coletiva. Património Cultural, em soma. Arquitetura de interesse e utilidade, carregada de potencialidades para os usos de nosso tempo, pois é identificada com os pressupostos do racionalismo arquitetónico, muitos dos quais ainda gozam de total validade.

Em qualquer caso, achamos que a arquitetura do Movimento Moderno na nossa Comunidade é uma realidade insuficientemente reconhecida e pouco valorizada, que precisa de vias que a aproximem desde a  comunidade científica às administrações públicas e, é claro, à sociedade em geral, ao tempo que é depositária e apoio deste património. É hora de seguir o caminho em busca de novas “formas de habitar” essa herança como exemplo de lugares ainda vivos, onde a sociedade do século XXI pode desenvolver as atividades própias do seu tempo.

Este caminho está alinhado com os desafios atuais da sociedade, uma sociedade sustentável, cujo desenvolvimento social, económico, cultural e político assegura as suas necessidades atuais sem comprometer as necessidades das gerações vindouras. Assim, reconhecer o contributo da arquitetura do Movimento Moderno coloca-nos numa posição inicial de vantagem para promover uns princípios de sustentabilidade, considerando este legado matéria-prima legítima na construção do futuro.

Por outro lado, a localização da Extremadura, que partilha 428 km de fronteira com Portugal, e a fluente relação social e institucional permitem enfrentar sob uma perspetiva transfronteiriça a análise de possíveis paralelismos e as evidentes diferenças e as suas novas oportunidades do Movimento Moderno em ambos os lados da Raia.

Comité Científico

MANUEL FORTEA LUNA. Coordinador Comité Científico Doctor en Arquitectura. Profesor Universidad de Extremadura.
ALEXANDRE ALVES COSTAArquitecto. Catedrático Emérito de la Facultad de Arquitectura de la Universidad de Oporto.
MARÍA DE LOS ÁNGELES DURÁN HERASCatedrática de Sociología de la Universidad Complutense de Madrid. Medalla de Extremadura.
CARMEN ESPEGEL ALONSO Doctora en Arquitectura. Profesora de Proyectos Arquitectónicos de la ETSAM. Universidad Politécnica de Madrid. Coordinadora del Grupo de Investigación en Vivienda Colectiva (GIVCO).
MARÍA DEL MAR LOZANO BARTOLOZZI Catedrática de Historia del Arte de la Universidad de Extremadura. Coordinadora del Grupo de Investigación Arte, Urbanismo y Patrimonio Cultural Moderno y Contemporáneo.
MARIA MARTONEDoctora en Arquitectura. Departamento de Historia, Diseño y Restauración de la Arquitectura. Universidad La Sapienza de Roma.
CARLOS NÁRDIZ ORTIZDoctor Ingeniero de Caminos. Profesor de Urbanismo y Ordenación del Territorio de la ETSAC. Universidad de A Coruña.
NICOLÁS ORTEGA CANTERO Catedrático de Geografía Humana de la Universidad Autónoma de Madrid. Coordinador del Grupo de Investigación Geografía y Cultura del Paisaje.
JUAN ANTONIO ORTIZ ORUETA Doctor en Arquitectura. Grupo de Investigación Geometrías de la Arquitectura Contemporánea de la ETSAM. Universidad Politécnica de Madrid.
JOSÉ MANUEL PEDREIRINHODoctor en Arquitectura. Presidente Ordem dos Arquitectos de Portugal.
VICTOR PÉREZ ESCOLANO Catedrático de Historia de la Arquitectura y del Urbanismo de la ETSAS. Universidad de Sevilla. Grupo de Investigación Ciudad, Arquitectura y Patrimonio Contemporáneo.
ISMAEL SÁNCHEZ EXPÓSITO Licenciado en Geografía e Historia, con la especialidad de Antropología Social, por la Universidad de Sevilla.
ANA TOSTÕESDoctora en Arquitectura. Presidenta DOCOMOMO Internacional.
ANA VAZ MILHEIRODoctora en Arquitectura Universidad de São Paulo. Profesora e investigadora del ISCTE - Instituto Universitario de Lisboa.

Entidades patrocinadoras

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